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Arquitetos: MASS Design Group
- Área: 1400 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Iwan Baan
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Fabricantes: Atlantic Door &, BASF, Big Ass Solutions, ECEM, Franck Vendryes, Pierre Coupaud
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Haiti tem a maior incidência de tuberculose do Hemisfério Ocidental. Esta é uma doença altamente contagiosa que requer tratamento de até vinte e quatro meses. Nos primeiros dois a seis meses de tratamento, os pacientes precisam ser internados isoladamente para evitar a propagação da doença. Esta reclusão prolongada, aliada aos graves efeitos colaterais da medicação, podem ter impactos significativos sobre a saúde mental dos pacientes. Após o terremoto de 2010 no Haiti, o risco de transmissão da tuberculose aumentou, pois um grande número de pessoas foi forçado a viver em acampamentos temporários lotados. De acordo com algumas estimativas, a tuberculose tornou-se três vezes mais provável em comparação com os níveis anteriores a 2010. Algo que se deve também ao fato de que grande parte da infraestrutura de saúde do país foi muito danificada, e muitos pacientes perderam o acesso ao tratamento, ou atendidos em barracas.
Apesar destas probabilidades, o Les Centres GHESKIO, uma organização haitiana de pesquisa, tratamento e treinamento em saúde, obteve um sucesso incrível apoiando pacientes com tuberculose multirresistente (MDR-TB). Dos 110 primeiros pacientes após o terremoto, 86% estavam curados ou ainda recebendo tratamento - um número comparável aos programas de tratamento mais eficazes em todo o mundo. O Dr. Jean William Pape, diretor executivo e co-fundador da GHESKIO, solicitou à MASS que apoiasse a organização no projeto e construção de uma nova ala destinada ao tratamento de tuberculose, substituindo suas instalações anteriores após a sua destruição no terremoto.
O projeto do novo hospital para tratamento de tuberculose focou na minimização do risco de transmissão, ao mesmo tempo em que criou um espaço mais confortável e de apoio para receber atendimento. A característica central do hospital é o seu pátio interno e espaços comunitários adjacentes, onde os pacientes passam grande parte de sua estadia. Os canteiros de flores e árvores trazem cor, sombra e bancos para o espaço. Telas de bambu cobertas com buganvílias criam privacidade visual para os espaços de consulta externa adjacentes aos quartos dos pacientes, permitindo conversas entre pacientes e equipe médica ao ar livre, onde o risco de transmissão é menor.
Estratégias de ventilação passiva e controle de infecções ajudam a reduzir a transmissão da doença dentro do hospital nesta população de alto risco, ao mesmo tempo em que reduzem os custos de energia para a instalação. O hospital controla a infecção por via aérea através de elementos de absorvição permeáveis e persianas metálicas que trazem o ar fresco para dentro das unidades.
Todos os corredores e áreas de consulta estão voltados para o exterior para promover a circulação ao ar livre e reduzir o risco de contágio do paciente com o funcionários. Os trabalhadores encarregados da limpeza podem acessar os banheiros usando uma porta separada do lado de fora evitando a entrada no quarto do paciente e o risco de infecção. O hospital acomoda 32 leitos de isolamento, salas de exames e raios-X, escritórios, postos de enfermagem e duas farmácias, estabelecendo um novo padrão para o tratamento da tuberculose no Haiti.